“Uma boa estratégia é uma ponte simples. Da situação atual, à aspiração de amanhã. Uma ponte com visão e direção. Uma ponte construída sobre perguntas simples, com respostas honestas e verdadeiras. Uma ponte que força a escolha e o sacrifício. Um conceito excepcionalmente simples. Mas muitas vezes, extraordinariamente difícil de construir.”
Concordo com Dave Tallon. Boas estratégias requerem escolhas simples e um olhar para onde estamos hoje e onde queremos estar amanhã. No entanto, como sinalizou a agência de consultoria Gapingvoid:
É difícil ser simples em um mundo tão volátil, incerto, complexo e ambíguo. (O famoso VUCA, na sigla em inglês). Por isso que, quando pensamos em estratégia, é necessário, não somente ler as informações que temos à disposição, mas ter a capacidade de traduzi-las de uma maneira mais simples para todos.
“As evidências estão à vista de todos, esperando que você leia seus significados mais profundos.” – Richard Rumelt, Estratégia Boa, Estratégia Ruim
Isso significa que precisamos apurar o nosso olhar, procurar o fundo das coisas, evitar utilizar os jargões de marketing, ou de qualquer outra área, e escrever como as pessoas falam no dia a dia. “Estratégia são suas palavras”, escreveu Mark Pollard.
Quando pensamos em boas estratégias como uma ponte simples, eu tendo a acreditar que o sentido de simplicidade está muito relacionado com a clareza que estamos oferecendo. Estamos sendo claros o suficiente? As pessoas precisam entender o que estamos comunicando. E é justamente aí que, muitas vezes, nós estrategistas, deixamos a desejar. Caímos na vala de sair construindo apresentações com uma pilha de slides e esquecemos que as maiores estratégias são na verdade simples, diretas, inspiradoras e quase sempre parecem muito óbvias depois que a construímos. E não sou eu quem está dizendo isso, veja abaixo o que escreveu Richard Rumelt, um dos mais influentes pensadores sobre estratégia e administração de empresas:
“A boa estratégia quase sempre parece assim simples e óbvia e não precisa de uma grossa pilha de slides de PowerPoint para ser explicada. Ela não surge de alguma ferramenta, matriz, gráfico, triângulo ou esquema de 'completar os espaços em branco' de 'gestão estratégica'. Na verdade, o líder talentoso identifica uma ou duas questões fundamentais em uma dada situação (os pontos centrais que podem multiplicar a eficácia do esforço) e depois concentra as ações e os recursos nelas.”
Pergunte-se:
Onde estamos hoje? Onde queremos estar amanhã?
O que temos que fazer para chegar lá?
E o mais importante: seja simples.