Eu sei que é meio tarde para recomendar uma lista de livros, mas aqui estão os 17 livros que li em 2020 exatamente na ordem em que os li:
Antoine de Saint-Exupéry
Esse foi o primeiro livro que li no ano passado. Trata-se de um grande clássico infantojuvenil, escrito por Antoine de Saint-Exupéry. Aqui estão duas coisas que aprendi e creio que valem a pena serem compartilhadas: 1) Os adultos amam os números; 2) "todas as estrelas são floridas".
02. Onze minutos
Paulo Coelho
Onze minutos foi o primeiro livro do Paulo Coelho que li. Acho que a coisa mais bonita nesse livro é a forma como ele nos faz refletir sobre alguns tabus da nossa sociedade, abrindo nossa mente, e adicionando novas formas de pensar acerca de um assunto. Aqui está um zine que eu fiz com as minhas citações favoritas do livro.
Stephen King
Em 2020, iniciei uma série de leituras sobre como escrever melhor. O livro do Stephen King é um dos meus favoritos desta lista. O autor escreve de maneira incrivelmente brilhante, dividindo conosco, ao longo de 259 páginas, toda sua trajetória para tornar-se um escritor. É realmente um dos melhores livros que eu já li sobre este tema.
Rainer Maria Rilke
Os textos de Rilke são de uma beleza singular do início ao fim. "Como poucos escritores, Rilke soube fazer da correspondência com diversos interlocutores, à qual dedicava muitas e muitas horas, um exercício de reflexão e mesmo de criação poética", escreveu Pedro Süssekind. Eu particularmente aprendi com o Rilke a importância do amor pelas próprias perguntas.
05. A Metamorfose
Franz Kafka
A coisa mais interessante deste livro é a quantidade quase infinita de interpretações que ele nos possibilita. Algum tempo atrás, compartilhei no Twitter uma animação de 1977 de "A metamorfose", de Franz Kafka. Recentemente, Tom Gauld desenhou um cartoon reinterpretando Gregor Samsa em um contexto pandêmico. Eu achei isso muito criativo. O livro é um clássico e se você ainda não leu está perdendo tempo.
Ana Holanda
Descobri o trabalho de Ana Holanda através deste TEDx: Como a escrita afetuosa pode transformar a sua vida. Fiquei encantado pela maneira como ela entendia a escrita e todo o seu poder de transformação na vida das pessoas. Ao ler o seu livro aprendi que "o texto é sempre uma conversa". E, "a maneira como contamos a história, como escrevemos, nos fortalece e ajuda a fortalecer o outro, encorajando-o a sair da sombra e da inferioridade em que ele se põe boa parte do tempo, colocando-o novamente em pé de igualdade." De maneira até um pouco conceitual demais, gosto de pensar que o texto é a minha solidão encontrando a sua.
Ray Bradbury
Devorei este livro como quem devora uma pizza em um sábado à noite enquanto assiste sua série favorita em algum dos muitos streamings disponíveis atualmente. Em Zen e a arte da escrita, Bradbury mostra-nos que escrever está diretamente relacionado com a sensação de estarmos vivos, uma vez que precisamos estar completamente presentes no aqui e agora para que o texto nasça com toda sua força. Senti-me inspirado quando ele disse isso: "Toda manhã, pulo da cama e piso num campo minado. O campo minado sou eu. Depois da explosão, passo o resto do dia juntando os pedaços. Agora é a sua vez. Pule!"
Sêneca
Um mantra que tenho repetido para mim mesmo é: a vida é melhor quando você presta atenção nela. Neste livro, Sêneca fala exatamente sobre isso. "Aproveita todas as horas; serás menos dependente do amanhã se te lançares ao presente." É um livro para ler e reler várias vezes.
09. Sobre Histórias
C.S. Lewis
Lendo pela primeira vez Lewis, percebi o quanto as histórias são realmente poderosas em nossas vidas. Elas nos ajudam a entender como um mundo funciona, nos trazem novas perspectivas e nos fazem pensar diferente. Sobre livros e leituras, Lewis disse algo que guardei comigo: "lembre: para mim, um livro não é bom enquanto eu não o ler duas ou três vezes.". Eu concordo plenamente.
Haemin Sunim
Gostei muito desse livro, de verdade. Além de escritor, Haemin Sunin é um monge zen-budista bastante influente. Neste livro, ele trata de um assunto muito importante: como podemos manter a calma em um mundo cada vez mais acelerado? Seu texto é simples e recheado de poesia. Ao ler esse livro você vai encontrar reflexões como essa, por exemplo: "Para desgrudar comida de uma frigideira, apenas despeje água nela e espere. Após um tempo, a comida se soltará sozinha." É um bom livro para aprender a desacelerar. Leia com calma. Vale muito a pena!
Marcos Hiller
Depois de ler alguns bons livros sobre escrita, comecei a ler livros mais dentro da minha área de atuação: estratégia e branding. Aqui está a definição de Marcos Hiller sobre marcas fortes: "As marcas fortes são aquelas que tocam a vida das pessoas, ou seja, são aquelas que entendem o seu propósito dando uma razão para a vida de seus consumidores." Este é um dos princípios pelos quais eu gosto do meu trabalho: quero construir marcas que melhorem a vida das pessoas.
Malcolm Gladwell
Por que algumas pessoas têm sucesso e outras não? Essa é a pergunta que autor faz e que norteia toda a pesquisa do seu livro. E para responder essa pergunta é importante, primeiro, entendermos o que significa sucesso. Segundo Malcolm Gladwell, "o sucesso é o resultado do que os sociólogos denominam 'vantagem cumulativa'." A vantagem cumulativa é na verdade um fator ou circunstância, mesmo que mínima, que coloca alguém em condição de superioridade em relação ao outro. "Essa vantagem, por sua vez, proporciona outro benefício, que aumenta ainda mais a diferença inicial", explica. Nesse sentido, a conclusão de Gladwell é que o sucesso não é uma questão somente de mérito individual, mas de uma série de oportunidades de acesso e tempo para se desenvolver. Isso explica muita coisa.
Austin Kleon
Como permanecer criativo e seguir em frente em tempos de incerteza? Essa é uma das perguntas que o Austin Kleon se propõe a responder no seu último livro. Em minhas reflexões tenho pensado que é preciso, no mínimo, tentar enxergar a vida, o trabalho e a arte com bons olhos e respirar fundo para seguir em frente. Esse livro ajuda-nos a pensar um pouco mais sobre isso.
Steven Pressfield
Meu interesse por Steven Pressfield surgiu depois que assisti ao Mini-Curso: Como Superar os Limites Internos da Prof. Lúcia Helena Galvão. Neste livro, especificamente, o autor faz uma analogia entre as batalhas enfrentadas pelos grandes guerreiros com as batalhas internas enfrentadas por todos nós diariamente. Pressfield comenta que, "em um nível mais profundo, o Espírito do Guerreiro reconhece que cada um de nós também tem inimigos dentro de si. Vícios e fraquezas, como inveja e ganância, indolência, egoísmo, capacidade de mentir, trapacear e de ferir irmãos." O problema desse inimigos internos é que eles são muitas vezes invisíveis para nós. Este livro joga uma luz para que possamos pensar um pouco mais sobre este assunto.
Clarice Lispector
Clarice Lispector me fez pensar sobre a escrita, mas também sobre o mistério. Quando comecei a ler o seu livro, senti um desejo muito forte de escrever naquele mesmo instante. Às vezes, sinto que se não fosse pelo mistério já teria parado de escrever, pois é ele quem supre minha falta de habilidade com as palavras. Clarice mostrou-me que está tudo bem e que devemos deixar o mistério fazer a sua parte.
16. Faça boa arte
Neil Gaiman
Idealizado pelo renomado designer gráfico Chip Kidd, Faça boa arte é um livro que nasce do discurso de Neil Gaiman à turma de 2012 da University of the Arts. A narrativa do livro combina ideias sobre criatividade, bravura e força. É um livro que inspirou-me a seguir com meus projetos pessoais. (Se você puder, compre o livro físico. A versão em ebook é péssima!).
David Aaker
Por que algumas marcas conseguem ser bem sucedidas e outras não? O que há por trás da construção das grandes marcas que consumimos? Neste livro, David Aaker responde estas e outras perguntas de forma muito simples e prática. E, para começar a pensar um pouco mais sobre isso, leia aqui a sua definição do que é uma marca.
Isso é tudo! Espero que essa lista inspire-o a ler ainda mais. E, se você gostou dela, pode conferir também os livros que li em 2019.