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  • 6 de nov. de 2021
  • 2 min de leitura

Um diário é um meio para prestar atenção no que você andou prestando atenção. Eu mantenho um diário basicamente para isso.


"Atenção é a forma mais pura e rara de generosidade", disse a escritora Simone Weil.


Quando você mantém um diário, está sendo generoso consigo mesmo, porque está separando uma parte do tempo para prestar atenção em sua própria vida. Gosto de pensar dessa forma. Um diário também permite descobrir padrões sobre si mesmo. Por exemplo, eu adoro anotar pensamentos aleatórios, citações de livros que estou lendo, músicas que andei ouvindo, filmes e séries que assisti e trabalhos que estou fazendo. Conforme o tempo passa e você olha para suas anotações, aprende um pouco mais sobre si mesmo; sobre seus gostos, hábitos, comportamentos e rotinas. Você encontra padrões em você. Coisas que talvez sejam boas e coisas que, agora que você sabe que as faz, talvez devesse mudar, fazer diferente... enfim.


Comecei a registrar a minha vida em diários em 2018 e, nesse sentido, já fazem três anos que tenho sido generoso comigo mesmo. Tento manter meu diário de uma forma mais livre, sem nenhuma pressão e sem nenhum formato específico. Apenas anoto tudo, quando sinto vontade. E só anoto quando sinto vontade mesmo. Acho importante dizer isso, porque, no início, eu me cobrava muito e isso foi tornando o ato de manter um diário uma atividade completamente tortuosa. Eu nunca quis isso. Quando comecei a manter um diário, fui bastante influenciado pelos diários do Austin Kleon. Seus livros também me fizeram ver o processo criativo de uma forma menos sufocante. E isso foi realmente muito importante para o meu trabalho no dia a dia.



Tudo que um diário faz é criar esse espaço seguro para que você possa prestar atenção ao que está fazendo e ser honesto consigo mesmo. Por isso, manter um diário é tão legal. Como disse o Austin Kleon, "diários são bons lugares para ter ideias ruins". Aproveite isso!

  • 19 de set. de 2020
  • 2 min de leitura

São tempos esquisitos. Sentimo-nos ansiosos, tristes e preocupados. O amanhã mostra-se cada vez mais incerto. Tudo muda em uma velocidade exponencial. Não conseguimos acompanhar todas as mudanças. Era para conseguirmos? Nossa saúde está por um fio. De quem é a culpa? Nas redes sociais, o tempo todo, comparamo-nos uns com os outros. Em busca de aprovação, mais uma vez, sentimo-nos tristes. No trabalho, nossa carreira parece confusa. Às vezes, não temos certeza do que estamos fazendo. Deveríamos ter? O senso comum diz que vivemos um novo normal. A realidade diz que vivemos uma pandemia, uma crise política e econômica. Nossos amigos estão longe. Nossos familiares estão afastados. Pessoas perderam seus empregos. Pessoas perderam suas vidas. Não conseguimos nos abraçar e contar nossas angústias. Live não é festa. Chamada de vídeo não é abraço. Virtual não é vida real. E o que podemos fazer? A melhor coisa que podemos fazer é respirar fundo e seguir em frente.


“Siga em frente trabalhando. Siga em frente brincando. Siga em frente desenhando. Siga em frente olhando. Siga em frente ouvindo. Siga em frente pensando. Siga em frente sonhando. Siga em frente cantando. Siga em frente dançando. Siga em frente pintando. Siga em frente esculpindo. Siga em frente projetando. Siga em frente compondo. Siga em frente atuando. Siga em frente cozinhando. Siga em frente procurando. Siga em frente caminhando. Siga em frente explorando. Siga em frente doando. Siga em frente vivendo. Siga em frente prestando atenção. Siga em frente com seus próprios verbos, quaisquer que sejam. Siga em frente”, escreveu Austin Kleon.


Gosto de pensar que depois da chuva sempre vem o sol. Amanhã será um novo dia. E, novamente, poderemos seguir em frente.


P.S.: escrevi este texto porque precisava colocá-lo para fora e lê-lo. Essa é a verdade. Precisava dizer para mim mesmo que vai ficar tudo bem. Além disso, na maioria da vezes, "eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém, provavelmente a minha própria vida", disse Clarice Lispector.

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